Como conduzir um processo de “Product Discovery”

Sigmundo Preissler Jr, PhD
4 min readJul 1, 2021

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Uma das principais dificuldades de um Product Owner (PO) ou até mesmo de um Product Manager (PM), dependendo de como o seu time é organizado, é como definir o produto, como “Descobrir o Produto” ideal a ser desenvolvido.

Quero ir direta ao ponto e sem delongas, já trazendo algumas dicas e ferramentas que podem facilitar a sua vida no dia a dia com os clientes, com os usuários chaves, e principalmente com o seu time de desenvolvimento.

O PO é responsável por fazer a ponte entre as demandas dos usuários e o time de desenvolvimento de produto. Essa não é uma tarefa simples como parece na sua definição, pois está diretamente relacionada á principal habilidade, no meu ponto de vista, desse profissional: a comunicação.

Isso mesmo, mais do que ser um excelente técnico ou um exímio conhecedor do negócio, um PO precisa ser um ótimo comunicador, em todos os sentidos. Saber ouvir, ler, falar, escrever e traduzir ideias abstratas em um plano de ação simples, factível e com metas bem estabelecidas.

É claro que isso tudo não é escopo deste artigo, vim aqui apenas trazer algumas dicas sobre um ponto específico e que também daria horas de conversa, mas que com essa ferramenta aí, você já vai economizar um bom tempo. Trata-se do Double Diamond (diamante duplo).

Figura 1 — Double Diamond

Essa ferramenta já é extensamente conhecida na literatura, especialmente para quem já teve curiosidade para estudar um pouco de design thinking ou experiência do usuário. Ela é super simples de entender e no nosso contexto, encaixa como uma luva.

O primeiro diamante

Perceba, como o nome sugere, a existência de dois diamantes. No primeiro nos preocupamos em compreender de fato o problema. Isso mesmo, antes de pensar em solução, busque criar atividades, dinâmicas e discussões que tragam a tona questões como: “O que estamos tentando resolver aqui?”, “Qual nossa principal dor?”, “Quem são os envolvidos no processo?”, “Que melhorias teríamos caso esse problema fosse resolvido?”, “Como fazemos isso hoje?”… dentre outras.

Figura 2 — Dinâmica para fechar o primeiro diamante

Uma vez que você investiu tempo suficiente com seu cliente, atores envolvidos e todos os agentes que vivem o problema. Aí é o momento de fechar o primeiro diamante e parar de questionar e sim chegar a consensos sobre as peguntas. Crie uma dinâmica com post-its, e frases construídas em conjunto. Dessa forma será mais fácil chegar a uma definição única de qual o problema que todos estão querendo atacar.

O segundo diamante

Agora que a declaração de problema já está consolidada, todos concordam, vamos para o segundo diamante. Aqui iniciamos com a ideação, um momento de descoberta, todos participam, todas as ideias são válidas, sem julgamento. Podem participar todos os envolvidos mesmo, mas não esqueça de convidar o seu time de desenvolvimento, pois já iniciamos a pensar na solução.

A melhor forma de iniciar sempre é com alguma outra técnica conhecida e de participação mútua como benchmarking, brainstorming, discussão sobre as referências que cada um trouxe e muito mais. Pense nisso como se você fosse decorar sua casa, traga elementos que você gostaria na composição: metal, tipos de tecido, cores e estampas. Aqui é o momento de imaginar peças separadas da solução para depois tentar montar tudo isso e ver se essas peças se encaixam.

A segunda parte do discovery, do segundo diamante é a prototipação, é o encaixar dessas peças todas. Você só consegue isso, quando falamos de software por exemplo, com a criação de um MVP. Mas lembre-se aqui estamos criando um modelo de como seria o produto final, ele não precisa ser perfeito.

Ele precisa essencialmente responder às dores do seu cliente, foco total nele, a questão é: resolve o problema? ou ainda soluciona a dor? se sim, vai pra cima. Desenvolve uma “capa da solução”, imite o seu funcionamento no conceito de MVP — Mínimo Produto Viável e valide com o cliente. Não esqueça de envolver ele em cada etapa do processo.

O teste é essencial, o que convencionalmetne chamamos de validação. Isso mesmo, o cliente e os futuros usuários, devem validar se o MVP funciona. Se você conseguir integrar toda a equipe nesse processo, as chances da solução atederem às demandas se elevam radicalmente. Pense nisso?

Revisando:

  • Entenda o problema
  • Crie uma declaração conjunta do problema
  • Não economize na criatividade da ideação
  • Crie um protótipo que responda o mínimo de solução que seja viável para o cliente
  • Traga o cliente para todas as etapas do processo e teste com ele ao final

Espero poder ter ajudado um pouco com esse texto. Fique a vontade para comentar, compartilhar e deixar o seu recado.

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Sigmundo Preissler Jr, PhD
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Written by Sigmundo Preissler Jr, PhD

Data Scientist | Machine Learning | Advanced Analytics

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